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Heidi Klum |
A propósito dos statement necklaces, tão em voga nesta temporada, pus-me a pensar no regresso "em grande" da bijuteria a que temos assistido. Ao percorrer a blogosfera e algumas publicações da especialidade constato um entusiasmo sem precedentes com berliques e berloques criados em materiais mais ou menos alternativos, sobretudo pulseiras e pulseirinhas. Parece-me que tal como as cores candy e neon, esta será uma reacção à austeridade em que nos encontramos mergulhados.
Nesse aspecto creio que estou contra a corrente, apesar de gostar francamente dos statement necklaces e cuffs. E não obstante admirar o estilo de Coco Chanel e Jackie Kennedy, partidárias de algumas "jóias de fantasia" com qualidade, fui habituada no velho conceito de que uma mulher deve usar materiais nobres ( não necessariamente caros) ou então, nada.
Depois, fui uma adolescente do millenium, o que significa que apanhei as correntes do minimalismo e dos stealth affluentials, tão discretos que usavam anéis com os diamantes virados para dentro para não ofender. Talvez por isso, demasiados ornamentos provocam-me uma certa irritação visual - prefiro apontamentos úteis e centrais para o look, como uma boa pregadeira que simultaneamente enfeita e modera o decote, aos abanicos aqui e ali. Em mim, bem entendido - porque há pessoas que os usam com resultados soberbos.
Em termos de bijuteria, confesso a minha negligência absoluta. Ainda tentei aderir e além disso fui alvo carinhoso de algumas ofertas (que se traduzem por algumas caixas guardadas) mas poucas foram as peças que integrei realmente no meu dia a dia. Entre a minha bijuteria ma non troppo contam-se pulseiras e colares (especialmente egípcios, indianos e de outras paragens, como a Hungria) de metal e com pedras, alfinetes e camafeus antigos, algumas coisas feitas por artesãos venezianos e nacionais em materiais interessantes ou semi preciosos, strass de boa qualidade ou cristais swarovski e gargantilhas de tecido com contas de vidro. No meio deles, claro, há cuffs e statement necklaces, incluindo um de jade já bem velhinho que eu considerava extravagante, mas que empalidece em comparação com os novos modelos.
A vantagem deste costume less is more é que direcciono os meus "investimentos" para outro tipo de acessórios e dificilmente me desgraço com novidades. A maioria das meninas não estará de acordo comigo nesta, mas é por isso que o mundo "não se tomba"...