Ter estilo
próprio (ou tirar o melhor partido dele) exige fazer compras equilibradas, que
enriqueçam o roupeiro sem gastos excessivos nem criar confusão no armário.
Quantidade nem sempre é bom sinal. Por vezes usamos efectivamente uma pequena
parte da nossa roupa: o que está sub aproveitado deve ser revisto e incorporado
no uso quotidiano ou encaminhado para quem lhe dê utilidade. Em tempo de crise,
maximizar o que temos e compramos torna-se mais necessário do que nunca, mas
tanta oferta (aposta das marcas no desenvolvimento da fast fashion, lojas online) e menos recursos exigem que se aguce o
engenho. Cada consumidor poderá desenvolver as suas estratégias para o
conseguir, mas é útil observar as regras de antigamente, quando a roupa era
feita para durar e mais facilmente se investia em pessoal competente para
cuidar dela do que em comprar com tanta frequência.
1– Clássicos para um “enxoval” de qualidade. Em tempos idos pensava-se mais num enxoval adaptável que contivesse tudo o
que era necessário (fatos de dia, de lazer, de missa, de noite, etc) do que em
ir adquirindo peças com tanta frequência. Para não lhe faltar nada e minimizar
as compras por impulso, adopte este conceito e pense no seu guarda-roupa como
um investimento a longo prazo, em vez de um conjunto efémero de coisas. Os
elementos intemporais como o trench coat,
calças clássicas, o little black dress, etc– quanto mais tradicionais, melhor –
e roupas adequadas a situações distintas devem estar sempre presentes. São a
base para combinar tudo o resto e nunca passam de moda, logo não precisam de
ser constantemente substituídas. Estas peças representam os gastos mais
importantes e consoante as suas posses, deverão ser de bons materiais e de uma casa
de confiança.
2-“Ó linda costureirinha...” Se não tem
uma, encontre-a. Nada pior do que acumular, sem usar, roupa que “foi um
achado” mas precisa de ser apertada ou tem as bainhas, alças, etc muito
compridas, ou ir a correr comprar calças iguais às vinte que já tem em casa
quase novas porque nenhuma delas está operacional. Além disso, todas as roupas
resultam melhor quando são adaptadas ao corpo. O mesmo vale para um bom
sapateiro à moda antiga, que pode remediar algumas compras disparatadas e
assegurar que o seu calçado preferido dura mais tempo.
3-Compre quando há…e pode. Para
isso, precisa de se conhecer. Provavelmente existe um tipo de calças, vestido
ou sapatos que lhe fica bem e gosta sempre de usar. Consoante as tendências e
as demandas do mercado, por vezes mesmo os modelos mais clássicos desaparecem
misteriosamente das lojas (por exemplo, eu adoro sobretudos a ¾, que têm
rareado nas últimas colecções). Canalize os seus gastos para se abastecer
dessas peças nas temporadas em que elas aparecem em quantidade – e preste
atenção aos saldos das mesmas. Quando visitar um outlet, procure os seus
modelos preferidos. Provavelmente gastará mais nessas alturas, mas não vai
precisar de “torrar” dinheiro mais tarde, à pressa, em coisas que não lhe ficam
bem porque “todos os seus casacos estão velhos” ou "precisa de um vestido
para casamento com urgência". Esta regra, claro, aplica-se a roupas ou
acessórios que não fiquem datados. Também deve empregá-la em relação às suas
finanças: vá às compras quando estiver monetariamente mais à vontade, mas
reserve 80% desses gastos para itens que possa usar durante bastante tempo.
To be continued...(clique aqui)